domingo, 29 de maio de 2011

Desde os anos dourados


Entidade de São Caetano chega aos 60 anos e mostra traz imagens curiosas, como o concurso de Robustez Infantil

Os 60 anos do Rotary Club em São Caetano são homenageados pela Fundação Pró-Memória, que preparou mostra que apresenta um panorama histórico da entidade e destaca os principais acontecimentos, ações e projetos do período.
A exposição, gratuita, pode ser visitada até dia 19 de junho no Colégio Eduardo Gomes (rua Major Carlo Del Prete 1120, em São Caetano) ou de 20 de junho a 19 de julho na Biblioteca Municipal Paul Harris (avenida Dr. Augusto de Toledo 255).
Entre as imagens, destaque para o concurso de Robustez Infantil (à dir.), disputa comum até os anos 1960, quando bebês gorduchinhos eram sinônimo de beleza (e quem dirá que ainda não são?) e saúde

ABC nos TCCs


XI Congresso de História termina em Diadema após debates e apresentação de pesquisas, e revela o interesse de universitários pelo estudo da região


O XI Congresso de História do ABC foi encerrado na última sexta, após três dias de debates, lançamento de livros e apresentação de pesquisas. Entre as muitas novidades – e engana-se quem pensa que o passado não traz o novo -, a boa notícia de que mais de 50% dos universitários da região escolhem temas locais para realização de seus trabalhos de conclusão de curso (TCCs). A diversidade das temáticas escolhidas pelos estudantes pode ser conferida no site da Uniabc, no endereço http://historiauniabc.blogspot.com/p/lista-dos-trabalhos-de-conclusao-de.html, que registra TCCs no período de 2002 a 2006.

O crescimento desse interesse pela história regional vem se somar à criação do Museu do Trabalhador e do Museu da Televisão Brasileira, ambos previstos para se instalar em São Bernardo – o último ainda neste ano. Porém, não basta o desenvolvimento dos temas ou construções destinadas a abrigar a história. É necessário, principalmente, encontrar apoio à pesquisa e difundir essas ações – por exemplo, com a publicação destes trabalhos e oferecimento em livrarias e bibliotecas da região. Os congressos, memorialistas, historiadores, fazem sua parte, mas esse conhecimento não pode ficar restrito a seu próprio círculo.

Junho da democracia




A jovem democracia espanhola completa 34 anos neste mês de junho; guerra civil e ditadura franquista são temas de obras literárias

As grandes manifestações populares que marcaram a última semana na Espanha são fruto de uma jovem democracia, conquistada após a longa ditadura de Francisco Franco em 15 de junho de 1977, quando se realizaram as primeiras eleições após a morte do generalíssimo. Ou seja, apenas 34 anos contra mais de 40 sob um dos mais sangrentos governos do século passado que se tem notícia. Iniciada com o golpe que começou no Marrocos em julho de 1936 e chegou à Espanha no dia seguinte, a longa noite espanhola resultou numa guerra civil sem precedentes, que matou meio milhão de pessoas e levou igual número ao exílio. Seu governo namorou descaradamente com o fascismo e buscou apoiou no imperialismo norte-americano nos anos da Guerra Fria. O poeta García Lorca foi uma das primeiras vítimas dessa ditadura. Pablo Picasso imortalizou seu horror no quadro Guernica, uma das muitas cidades bombardeada pelas forças franquistas.
O impacto da guerra civil espanhola foi tão cruel que dividiu famílias entre nacionalistas e republicanos; comunistas e antoi-comunistas, os que defendiam os interesses da Igreja e os que tinham ojeriza a homossexuais – um caldeirão tão denso de conflitos que só muito recentemente – em 2007 – começou a ser quebrado finalmente o pacto de olvido (ou pacto do esquecimento), quando foi aprovada uma nova Lei da Memória Histórica, que condena formalmente a ditadura de Franco e proíbe o uso de símbolos de seu governo, além de determinar a remoção de monumentos erguidos para homenageá-lo. Um desses monumentos, imenso, que levou 18 anos para ser construído e pode ser visto ao longe, da estrada que vai para Madri, é o Vale dos Caídos, onde estão enterrados nacionalistas mortos na guerra, o próprio Franco e também republicanos – muitos deles, prisioneiros, foram obrigados a escavar a pedra para a construção do memorial, sendo contaminados e mortos pela inalação da sílica desprendida nas escavações.
Nos últimos anos, a literatura e a história têm se debruçado sobre esse longo e triste período. Pelo menos dois bons livros estão disponíveis: O Retorno, de Victoria Hislop (foto), ao regatar a vida de uma família no período, passando pelos costumes, tradições e a bela cidade de Granada, com o lindíssimo Alhambra, palácio árabe, e O Tempo entre Costuras, de María Dueñas, um retrato que parte da trajetória de uma humilde costureira para revelar casos de intriga e espionagem durante a guerra civil. Vale a leitura, vale a democracia. Ou, como gostam os espanhóis, ¡Vale!

Leia em Poemas do Tempo a homenagem ao poeta García Lorca

Junho assustador


Há 71 anos a cidade-luz caía nas mãos do fascismo; libertação só viria quatro anos depois

You must remember this.... Quem assistiu ao clássico Casablanca deve se lembrar da cena dos alemães invadindo Paris. Pois bem: era o dia 14 de junho de 1940 quando as forças nazistas - Wehrmacht – chegaram à cidade-luz. Os franceses que ainda permaneciam na cidade foram acordados com o barulho de vozes com sotaque alemão que, em alto-falantes, anunciavam o toque de recolher. Logo em seguida, a Gestapo, a polícia política de Hitler, começava a agir: prendia, interrogava, investigava. Ao mesmo tempo, uma gigantesca suástica tomava o Arco do Triunfo. A capital francesa só seria libertada quatro anos depois, em 25 de agosto de 1944.
Para ficar só com o melhor da história, ouça As time goes by, o lindo tema de Casablanca em Canções, Vídeos e Mais.

domingo, 22 de maio de 2011

A voz dos catadores de lixo

O professor e historiador José Amilton de Souza, coordenador do curso de História da Fundação Santo André, lança nesta quarta-feira, durante a abertura do XI Congresso de História do ABC, o livro Catadores de Lixo: narrativas de vida, políticas públicas e meio ambiente. É o resultado de um trabalho de cinco anos de pesquisas, reflexões e entrevistas com catadores e catadoras de lixo em cidades brasileiras, especialmente Santo André. Ao abordar essa atividade tão importante dos que sobrevivem do lixo e colaboram para sua reciclagem e a falta de compreensão da sociedade - que parece ignorar suas existências, condições de vida e trabalho - o professor aprofunda questões que passam pelo espaço e poder público, consumo, meio ambiente e economia solidária, bem como o sentimento de identidade destes trabalhadores. Para José Amilton, doutor em História pela PUC-SP, o Grande ABC caminha bem em pesquisas e trabalhos históricos, mas carece de financiamento para poder desenvolver ações sistemáticas que enfoquem lutas, grupos sociais e o cotidiano dos que fizeram e fazem a história da região.

Memória e Sentimento - O sr. lança nesta semana, na abertura do congresso de História do ABC, o livro “Catadores de lixo: narrativas de vida, políticas públicas e meio ambiente”. Como foi o trabalho realizado para chegar à obra e por que o tema foi escolhido?
José Amilton - Foi um trabalho exaustivo de cinco anos de pesquisa, especialmente na coleta de depoimentos de catadores e catadoras de materiais recicláveis na cidade de Santo André e região do ABC paulista. Também fizemos muitas horas de pesquisa no Arquivo e Museu de Santo André, no Banco de Dados do jornal Diário do Grande ABC, na Biblioteca das câmaras Municipais da região do ABC paulista. Muita leitura, reflexão. Foi um intenso trabalho de observação nas ruas de muitas cidades brasileiras, especialmente a tomada dos depoimentos dos catadores e catadores na cidade de Santo André por quatro anos, à noite principalmente no Centro e, durante o dia, fazendo a pesquisa na rua, sentado na calçada para escutar o que os catadores tinham a dizer de suas experiências de vida e de trabalho no espaço das ruas e becos da cidade.







Memória e Sentimento - De que maneira os três itens destacados – narrativas de vida, políticas públicas e meio ambiente – se correlacionam?
José Amilton - Existe uma articulação entre esses três itens no livro na medida em que os percebemos (os catadores) como sujeitos sociais que têm uma história de vida e fazem do espaço da rua o lugar de trabalho e de oportunidade de continuar lutando pela sobrevivência imediata, ao mesmo tempo em que coletam restos descartados pelos moradores da cidade e necessitam destes restos para a sobrevivência. A questão ambiental está no cerne desta dinâmica de nossa sociedade contemporânea consumista e na grande maioria das vezes os catadores parecem não pertencer a esse planeta Terra, porque não se percebem como parte integrante da natureza enquanto humanos. Eles têm ser respeitados enquanto trabalhadores, e seu trabalho é tão digno quanto os das mais variadas profissões e afazeres... Em relação à política pública, na maioria dos casos é a negação destes sujeitos como trabalhadores da cidade, assim como a falta de políticas públicas para que, de maneira mais pronunciada, estas pessoas façam parte da agenda das políticas públicas das cidades brasileiras.

Leia íntegra da entrevista em Canções, Vídeos e Mais

A mais bela palavra

Chuva de palavras, uma das atrações da data






´El Día E´, iniciativa do Instituto Cervantes, celebra o idioma espanhol com poesia e criatividade

A ideia nasceu há três e tem tudo para se tornar parte da história. É El Día E, data criada pelo Instituto Cervantes de Cultura e Ensino para saudar a língua espanhola. Comemorada em 18 de junho, atinge unidades da escola em vários países do mundo, e tem entre seus atrativos a escolha da mais bela palavra no idioma. A poética seleção é feita previamente por personalidades de várias áreas que apoiam o evento – são mais de trinta nesta edição. Depois, os internautas votam e decidem a vencedora. O pleito começou no último dia 18, e até 30 de maio deverá ser revelado o nome da personalidade por trás da palavra.
Solidariedade, liberdade, murmúrio – ou solidariedad, libertad, murmullo – são algumas das opções que podem ser votadas em WWW.eldiae.es. Entre as personalidades reunidas neste ano estão os escritores Isabel Allende e Antônio Skármeta, do Chile; Mário Vargas Llosa, do Peru, e Antônio Gamoneda, espanhol. Além da mais bela palabra, a celebração inclui jogos, uma programação específica e a instigante lluvia de palabras, ou chuva de palavras, serpentinas recheadas de letrinhas que vão decorar as unidades do Instituto Cervantes pelo mundo. Muy lindo – e, mais que belo, uma criativa forma de preservar a língua, história e cultura espanholas.





No link Canções, Vídeos e Mais ouça Uma Palavra, com Chico Buarque.





Allende, presente


Trinta e oito anos depois, corpo do ex-presidente chileno Salvador Allende será exumado para saber se ele foi executado pelos militares ou cometeu suicídio

Deve começar nesta semana o processo de exumação do corpo do ex-presidente do Chile, Salvador Allende. Deposto por golpe militar liderado pelo general Augusto Pinochet, o presidente socialista morreu durante a invasão do Palácio de La Moneda em 11 de setembro de 1973, e a versão oficial foi de suicídio.

Trinta e oito anos depois, os chilenos querem saber se isso é verdade ou se Allende teria sido executado pelos militares. Com Pinochet, o Chile viveu uma das ditaduras mais violentas da América Latina, torturando e matando milhares de pessoas – são mais de 3 mil entre mortos e desaparecidos. Foi justamente uma das associações que representam as famílias destas vítimas (incluindo a do ex-presidente) que encaminhou à Justiça o pedido de exumação do corpo.
A escritora Isabel Allende dá sua versão da morte de Allende no belo A Casa dos Espíritos, livro que vale a pena a leitura para conhecer um pouco, ainda que pelo viés criativo da literatura, passos da história chilena e sua singular experiência socialista. A mesma autora, trinta anos depois, também é referência para se pensar o Chile da atualidade, no comedido, mas interessante, Meu País Inventado. Para saber mais sobre Salvador Allende acesse http://www.fundacionsalvadorallende.cl/

Leia em Eu Conto - O Dia em que roubaram a cordilheira

domingo, 15 de maio de 2011

Parabéns aos metalúrgicos do ABC




O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (que reúne empresas de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) completou 52 anos no último dia 12. A festa incluiu a terceira edição do Prêmio João Ferrador, que homenageou organizações, personalidades e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que dirigiu a entidade e esteve à frente de grandes movimentos grevistas a partir do final dos anos 70.

Reconhecido internacionalmente por sua combatividade nos movimentos de trabalhadores, na luta contra a ditadura e pelo fato de ter alçado à presidência da República do Brasil um operário, fato até então inédito, o Sindicato teve sua sede atual inaugurada em 1973. Ali, além das grandes assembleias que vieram no final da década, os metalúrgicos também traziam suas famílias para comemorações e festas, como os bailes carnavalescos.

Na foto, reprodução do chaveiro distribuído aos sócios quando da inauguração. E em Poemas do Tempo, a lembrança em Montagem.

Curso de imigração italiana


O professor Virgínio Mantesso ministra a partir de 28 de maio o 14º Curso “Imigração Italiana: Dados Históricos e Pesquisa Genealógica”. São quatro sábados de aula que reúnem abordagem sobre a história da Itália, causas da grande emigração e migração, significados dos sobrenomes, genealogia, pesquisa, fontes e elaboração de árvore genealógica.
O curso tem público garantido e vagas limitadas. É uma experiência gratificante também para os que buscam conhecer mais da história ítalo-brasileira e para trocar informações com outros oriundi. Sua condução não se limita ao repasse de conhecimento ou dados estatísticos, mas sim ao resgate de sentimentos e impressões dos italianos que aqui vieram tentar uma nova vida e daqueles que hoje querem reatar esse elo.
Para os que buscam unicamente a cidadania italiana e não o estudo de suas origens, o professor já avisa: “O curso é focado na história da imigração italiana e na pesquisa genealógica individual. A cidadania italiana é brevemente mencionada. Naturalmente as informações fornecidas e as técnicas ensinadas vão facilitar a obtenção de documentos que podem ser usados para o processo de reconhecimento da cidadania italiana, mas o objetivo não é o de ensinar “como tirar o passaporte italiano".
As aulas serão ministradas no bairro de Santo Amaro, em local próximo à estátua de Borba Gato – o endereço e demais indicações de acesso serão informados após inscrição. O valor é de R$ 120, sendo metade paga na inscrição e metade com cheque pré-datado para o dia 13 de junho. Para inscrição ou esclarecimentos envie email para curso@imigracaoitaliana.com.br ou virginio@uol.com.br. Fone (11) 9185-1943.

Diadema contada em imagens


Imagens de Diadema dos anos 1930 a 2010 formam livro digital que reúne seis mil páginas e tem entre seus organizadores o professor e militante Valderi Antão Ruviaro, o Valdo. Digitalizadas em 300 DPI, em cores, as imagens compõem um banco de dados com 85 GB e podem ser adquiridas na forma de pacote completo ou por seleção, com a consulta a um roteiro histórico que contém 28 capítulos.
“Uma das tarefas que sempre achamos de grande importância é a preservação, recuperação e socialização da história dos movimentos populares em qualquer parte do mundo. A partir deste fio condutor, estamos contribuindo em três linhas de recuperação histórica: movimentos populares, movimento sindical (oposições sindicais e sindicatos de cunho classista) e administrações públicas com forte peso das organizações populares”, destaca o professor, que no próximo 27 de maio às 10h participa do congresso de História do ABC em Diadema para apresentação da pesquisa e no qual serão expostas 51 desta imagens.
Aos 70 anos, Valdo conta que o projeto reuniu uma década de pesquisas e mais de 10 mil horas de trabalho, um recorte que permite acompanhar de forma ampla as mudanças ocorridas na cidade. “Há 50 anos Diadema era terra nua, mato, água da Billings (lugar só para gente da grana e de fora... um Eldorado...) e um povo trabalhador que suava a camisa para sobreviver. Hoje é uma cidade industrial, comercial e de serviços. Ocupa o 14º lugar em PIB no Estado de São Paulo. Já foi considerada uma das cidades mais violentas do Brasil; hoje, neste aspecto, situa-se na média das cidades”, compara, sem esquecer jamais da força dos movimentos populares. “Onde houver o dedo, a mão, o pé e o punho da multidão, algo de novo vai crescer”, atesta.

Memória e Sentimento - Qual foi o objetivo inicial do trabalho?
Valdo - Posso dizer que o objetivo do trabalho se situa num panorama mais amplo, considerando-se a importância da reconstituição histórica das experiências vinculadas aos movimentos populares que apontam para a transformação mais profunda do modelo de sociedade calcado na desigualdade, fruto da milenar luta de classes. Explicando melhor: estamos convencidos de que a grande batalha deste século 21 se dará na luta pela construção da igualdade. E mais: esta conquista somente será possível por força dos movimentos sociais populares, expressos naquilo que podemos chamar de multidão em movimento rumo à igualdade. Onde houver o dedo, a mão, o pé e o punho da multidão, algo de novo vai crescer. O velho será massacrado e o novo surgirá, implacável. Isto não é um rompante juvenil, (afinal já estou com 70 anos e pretendo ir até os 130). Trata-se de uma concepção dialética da história.
Dentro desta concepção, em que estamos batalhando há mais de meio século, uma das tarefas que sempre achamos de grande importância é a preservação, recuperação e socialização da história dos movimentos populares em qualquer parte do mundo. A partir deste fio condutor, estamos contribuindo em três linhas de recuperação histórica: movimentos populares, movimento sindical (oposições sindicais e sindicatos de cunho classista) e administrações públicas com forte peso das organizações populares. Pegando esta estrada, entramos pela história afora de Diadema. Nosso objetivo foi trazer à luz a possível contribuição da experiência local na direção do poder popular como sujeito dessa história. Pesquisamos durante 10anos, de forma independente e autônoma. Foram aproximadamente 10 mil horas de trabalho. Folheamos por volta de 50 mil páginas; destas, selecionamos 6.000. É o resultado que estamos socializando via digital.




Leia entrevista na íntegra no link Canções, Vídeos e mais

sábado, 7 de maio de 2011

O século 20 em cartazes na net














Cartaz da peça brasileira Calabar e cartaz anticapitalismo, dois

dos milhares incluídos no trabalho




  • Portal organizado por professor brasileiro reúne milhares de exemplares, numa viagem ao panorama político do século passado


  • Leia no link "Eu Conto" a crônica "A Casa dos Cartazes"


O professor Heitor Capuzzo, por vários anos crítico de Cinema no Grande ABC, está à frente de um projeto que reúne milhares de cartazes e traçam um panorama da política no século 20. Por enquanto, o portal Poster Gallery: Utopian Constructions (http://webposters.adm.ntu.edu.sg/) apresenta mais de 3100 exemplares, disponíveis em altíssima definição e acessíveis por mecanismos de busca variados.
Iniciativa da Nanyang Technological University (NTU), instituição federal em Cingapura, o projeto traz, além de Capuzzo, outros professores da Escola de Belas-Artes (EBA) da UFMGe Manuel Reis, da USP. A in tenção é que atividades em torno do portal sejam inseridas em projetos de pesquisa e extensão na UFMG.
A maioria dos cartazes é de propaganda política, com predominância de pôsteres produzidos na antiga União Soviética, no Leste europeu e na China.. “O portal é parte de pesquisa sobre como a mídia representou, ao longo do século 20, propostas de criação de novas sociedades”, explica Heitor Capuzzo, licenciado da UFMG e em Cingapura desde 2009.
O material recebeu tratamento gráfico que envolveu uso de escâneres de altíssima resolução, e os cartazes podem ser impressos com qualidade equivalente (ou quase) à original. Por enquanto com textos apenas em inglês, o portal poderá, em breve, reunir quatro mil cartazes.
Também professor da School of Art, Design and Media da NTU, Heitor Capuzzo lembra que o projeto está em fase de testes e de incorporar o retorno de usuários para guiar seu aperfeiçoamento. Uma das possibilidades futuras é que, além da pesquisa, o internauta cadastrado possa participar do site inserindo ali suas próprias criações.

Retratos da Fé



Saída da procissão de Santo Antônio em 1908/FPM



A religiosidade dá o tom de várias atividades promovidas pela Fundação Pró-Memória de São Caetano. No Salão de Exposições do Espaço Verde Chico Mendes, os visitantes podem conferir reproduções fotográficas de procissões de Corpus Christi, Semana Santa e de louvor ao santo que dá nome à cidade. Já no Museu Municipal poderão ser apreciados objetos religiosos como imagens de santos, terços, véus e livretos até o próximo dia 15.
Também no Museu, nos dias 10, 11 e 12, serão exibidos os filmes Irmão Sol, Irmã Lua; O Manto Sagrado e A Última Tentação de Cristo – os dois primeiros sem classificação etária e o último para maiores de 18 anos, sempre às 19h. O Museu fica na rua Maximiliano Lorenzini, 122, no Bairro da Fundação.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Mostra aborda alimentação do trabalhador



Prossegue até 14 de maio no Conjunto Nacional, em São Paulo, uma exposição que celebra a história da alimentação do trabalhador brasileiro nos últimos 35 anos, combinando elementos visuais e arte urbana com o patrocínio da empresa Ticket. O tema, embora restrito em foco e cronologia, é rico e pode remeter a muitas vertentes, desde a questão do alimento como direito garantido em convenções coletivas de trabalhadores, conquista do final do século passado, até o resgate histórico que passa pelo flagelo do trabalho escravo (quando a dívida com comida era maior que o suposto salário), a caracterização dos bóias-frias, impossibilitados de aquecer suas refeições, ou o uso das antigas marmitas, que inspiraram composições magistrais como Torresmo à Milanesa, cantada por Adoniran Barbosa (veja mais em Canções, vídeos e mais).

O período abarcado pela mostra está relacionado aos anos de atuação da empresa. Além da obras de arte os visitantes também poderão acompanhar a evolução do conceito social da alimentação, a relação da saúde com produtividade e a desnutrição como doença social a partir de infográficos sobre a história e evolução ao longo dessas décadas. O Conjunto Nacional fica na Avenida Paulista, 2073 (galeria da Rua Padre João Manuel), e a exposição poderá ser visitada gratuitamente de segunda a sábado das 7h às 22h e das 10h às 22h aos domingos e feriados.

Sobre o Conjunto Nacional - Instalado na Paulista desde a época dos grandes casarões, o Condomínio Conjunto Nacional é um marco na história de São Paulo. O projeto é de autoria do arquiteto David Libeskind e caracteriza-se por ser um dos primeiros grandes edifícios modernos multifuncionais implantados na cidade. Hoje existem ali apartamentos residenciais, escritórios, lojas comerciais, academia, cinema, teatro e restaurantes, além da maior livraria da América Latina em área construída, a Livraria Cultura.
No Conjunto Nacional trabalham cerca de 15 mil pessoas, com uma circulação diária de outras 30 mil. O condomínio, que instalou um programa de coleta seletiva em 1992, há nove anos produz uma decoração de Natal tipicamente nacional com materiais recicláveis e reutilizáveis recolhidos no próprio prédio.